Um dia importante na história de Blade Runner finalmente chegou, e tudo graças a Blade Runner 2049. Embora não tenha gerado um grande número de bilheterias, a sequência de Denis Villeneuve veio depois de três décadas do original, foi impressionante em todos os outros aspectos. O épico distópico recebeu ótimas críticas, e suas fotos visualmente hipnotizantes e perfeitas renderam ao diretor de fotografia Roger Deakins sua primeira vitória no Oscar em quatorze indicações.
Blade Runner 2049 mostra a trajetória de K (Ryan Gosling), um blade runner replicante com sérios problemas de identidade. Depois de aposentar Sapper Morton, um replicante desonesto do Nexus 8 de Dave Bautista, K descobre uma caixa enterrada perto de uma árvore na fazenda de proteínas de Sapper Morton, que contém ossos humanos. Eventualmente, é revelado que os ossos realmente pertencem a um replicante que morreu no parto. Esse replicante não é outro senão Rachael (Sean Young), o ser bioengenheiro no Blade Runner original de Ridley Scott que roubou o coração de Deckard (Harrison Ford). De alguma forma, contra todas as probabilidades e as leis da biologia, Deckard e Rachael conceberam uma criança, e K passa a maior parte do filme se perguntando se essa criança é ele. Mais tarde, ele percebe que é Ana Stelline, uma designer de memória replicante.
Não era para acontecer, mas neste dia, um milagre nasceu, de acordo com a tradição de Blade Runner. Na fazenda de Sapper Morton, K descobre a data 10.06.21 esculpida em uma árvore, que ativa uma memória implantada sobre um cavalo de brinquedo. Mais tarde, ele encontra o cavalo de brinquedo, que tem a mesma data gravada nele. A data marca a morte de Rachael, uma replicante que fez o mundo se perguntar o que realmente significa ser humano, e o nascimento de Ana, a primeira criança nascida de um replicante.
O fato de o primeiro híbrido humano e replicante ter nascido em 10 de junho de 2021 destaca as diferenças extremas entre o universo de Blade Runner e o mundo real. Em Blade Runner, existem carros voadores, colonização espacial e um bebê androide milagroso que pode mudar tudo. Claro, o universo de Blade Runner apresenta um futuro bastante sombrio e solitário que é melhor não ter todos os aspectos. Ainda assim, é interessante que algumas das melhores tecnologias da franquia de filmes tenham chegado à vida cotidiana. As casas estão ficando mais inteligentes, a IA está cada vez mais avançada e a videochamada é uma coisa normal. No entanto, se os androides começarem a ter bebês, todas as apostas serão canceladas.
O bebê milagroso de Blade Runner 2049 é uma reviravolta na história que ainda tem potencial para a franquia, embora uma sequência esteja longe de acontecer. De acordo com o filme, após a morte de Rachael, Deckard deixou o bebê com um grupo que defendia a liberdade dos replicantes e saiu correndo para proteger a segurança da criança. Assim que é descoberto na trama que um replicante teve um bebê, K recebe a ordem de matar a criança para encobrir a verdade e evitar uma guerra entre os humanos e os replicantes. A possibilidade de bebês humanos e replicantes é um barril de pólvora que permite muitos caminhos para estender a franquia, mas o fraco retorno de bilheteria do filme não dá muita esperança de continuidade.
