Sinceramente? Não esperava muita coisa de Os Garotos Corvos. Tanto que a minha primeira impressão foi um mero “OK”, sem imaginar que passaria noites acordada tentando entender o que diabos estava acontecendo. A saga dos Corvos me lembra muito aquela imagem de um iceberg, onde a gente só vê a parte da superfície. Porém, embaixo daquela camada superficial existe muito mais gelo do que se pode imaginar. E foi assim que eu me senti lendo os quatro livros da saga. Há tanta coisa para entender e tanto para descobrir… mas não vou falar sobre cada livro especificamente, e sim da saga como um todo.
Como eu disse anteriormente, não esperava muita coisa e quase abandonei a leitura. No início, parece que a nossa protagonista é descrita como uma daquelas “eu sou diferente das outras garotas”. Mas já que a história foi escrita em 2013, aposto que a Jéssica de nove anos atrás não teria se incomodado (pois ela também se considerava diferente das outras garotas). Então, fico feliz de ter continuado a leitura porque acabei me surpreendendo… na moralzinha! (:
No livro, vemos a personagem Blue — uma garota comum em uma família de mulheres médiuns. Blue sempre escutou da sua família que, se ela beijar seu verdadeiro amor, ele morrerá. Todo ano, Blue acompanha a mãe em uma igreja abandonada para ver o caminho dos corpos (que são os espíritos daqueles que vão morrer ao decorrer do ano). Ela nunca vê nada até esse ano, onde ela vê Gansey. Ao decorrer dos capítulos, o caminho dos dois acaba se cruzando. Gansey é um aluno da prestigiada escola da cidade Anglioby, uma escola de garotos ricos que se acham “os donos do mundo”, e Blue prometeu ficar longe dos garotos dessa escola, mas essa promessa não dura muito tempo porque logo ela se envolve com Gansey, seus amigos e a caçada deles.
O estilo de escrita da Maggie Stiefvater torna essa leitura uma experiência, pois a autora consegue criar uma atmosfera mágica com maestria, onde você fica totalmente imerso no universo que está lendo. Eu amo livros que me fazem sentir como se eu estivesse ali, junto com os personagens enquanto leio. Além disso, ele não é um livro que você lê somente uma vez. A cada releitura, você descobre algo novo. Bem mais que um romance e uma garota amaldiçoada, também temos — em termos mais simples — uma caça ao tesouro, com garotos ricos tentando encontrar um tesouro (obviamente!), e Blue está lá para ajudar com sua família psíquica.
Por fim, eu particularmente AMO a maneira como todos os personagens crescem e mudam ao longo da série, mesmo que os livros ocorram no período de um ano. O desenvolvimento de cada personagem é simplesmente incrível! Acompanhar esses personagens únicos, cada um do seu jeito, vê-los crescer e se tornarem uma família — e ainda sentir que você faz parte dela — foi uma experiência maravilhosa para mim.
Se você ainda não leu essa saga, mas curte histórias sobrenaturais que envolvem coisas estranhas desde fantasmas até caça ao tesouro, então dê uma chance aos Garotos Corvos. Eu recomendo muito! E se você não gostar, leia de novo. 😉
A maior que temos, a resenha de milhões