Por que os millenials não serão a última geração a ter saudade das locadoras?

Das locadoras de videogame, pelo menos!**

*AVISO: Contém altas doses de saudosismo puro!

Vi um tuíte na semana passada, onde uma pessoa perguntava para a geração Z o que eles consideram cringe da geração anterior, os millenials. Um dos itens da lista foi o saudosismo da locadora. Mas, antes de continuar, preciso falar um pouco sobre as locadoras

As locadoras de vídeo existiam por uma limitação tecnológica. Esclarecendo melhor, existiam porque o videocassete (VHS) era uma inovação tecnológica. Agora, como eu me sinto em relação ao videocassete e às locadoras? Para mim, há quatro pontos que preciso destacar aqui:

  1. Primeiramente, era o que tinha na época.
  2. Depois que era considerado um “evento” alugar filmes, pois a família se reunia para assistir o que havíamos alugado, então, era um passatempo bem legal e divertido.
  3. Se as locadoras de vídeo alugassem fitas de videogame, melhor ainda!
  4. Odiava ser obrigado pelas locadoras a entregar todas as fitas alugadas rebobinadas.

Bom, o que define a saudade, para mim, era o sentimento de ver meu filme favorito pela primeira vez [inclusive, saudades de tempos mais simples].

Ao mesmo tempo que as locadoras de vídeo se popularizavam, surgiam as locadoras de videogame. Estas, por sua vez, surgiram não devido a uma limitação tecnológica, e sim devido à limitação econômica, pois adquirir consoles e seus respectivos jogos costumava ser caro naquela época.

Para fazer uma comparação recente, vou citar aqui o Playstation 4 como exemplo. Em 2013, o console foi anunciado com preço oficial de lançamento por R$ 4.000,00 reais. Na época, tal notícia causou um alvoroço na internet. Já no ano passado, o Playstation 5 foi lançado com preço oficial de R$4.699,00 reais — esse é o valor “mais barato” que se pode encontrar o console atualmente — se for possível de encontrar um PS5 que esteja em estoque, por exemplo.

Tenho boas recordações das locadoras de videogame porque foram locais que me possibilitaram conhecer e jogar novos jogos. A primeira vez que vi Resident Evil rodando em um Playstation 1, foi em uma locadora no bairro onde moro. A primeira vez que pude jogar 007 Golden Eye em um Nintendo 64, foi em uma locadora (e eu guardo essa boa lembrança de ter jogado, pela primeira vez, um jogo que explodiu cabeças na época). Porém, é uma constatação amarga ver que pouco mudou em relação à acessibilidade de ter um console ou um bom PC, ou um celular que tenha uma configuração para rodar certos jogos que são populares hoje em dia.

Antes de esbarrar no tuíte que citei lá no início, o que tornou a palavra “cringe” parte do vocabulário dos idosos de +30, já havia esbarrado em outro tuíte que falava sobre uma locadora de videogames localizada em um município do Rio de Janeiro, a WD Games. Eu diria que o local é uma versão atualizada de muitas locadoras que frequentei em meu bairro naqueles áureos tempos. A locadora Game House (assim que é chamada pelo dono) oferece o aluguel até de celulares. Inclusive, o próprio dono do estabelecimento já havia manifestado um desejo de transformar o empreendimento em projeto social (a propósito, quem quiser conferir o trabalho do dono da WD Games, o user do TikTok dele está no link do twitter ao final do texto).

Assim como foi para minha geração, as novas locadoras de videogame serão a oportunidade de muitas pessoas jogarem no PlayStation 5, até de participarem do novo evento do Fortnite — mesmo existindo youtubers e streamers que zeram o jogo por você, ainda não é a mesma coisa que você jogar o jogo. Enquanto ter uma conta na Netflix é tão fácil quanto abrir uma conta em uma rede social, o acesso aos videogames parece ter voltado algumas décadas.

Veja aqui o tuíte sobre a WD Games:

 

Marlon Oliveira
Publicitário freelancer e futuro editor de livros. Também é colecionador de quadrinhos e mangás, além de um amante nato de videogames, literatura, filmes e séries.

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