Se você foi uma criança ou adolescente nos anos 90, provavelmente deve ter ouvido bastante as músicas dos Mamonas Assassinas tocando nas rádios, nos aparelhos de som dos vizinhos, escondido no quarto (caso seus pais fossem muito conservadores), em aniversários ou até nos almoços de domingo com toda a família reunida — convenhamos que, naquela época, o lance do “politicamente correto” não era tão forte como nos dias de hoje e até sua avó devia curtir o som dos Mamonas de vez em quando.
Em meados de 1995, mais precisamente no dia 23 de junho, esse fenômeno em ascensão lançava seu primeiro (e único!) álbum de estúdio, intitulado com o nome da banda. O disco — com 14 faixas e quase 40 minutos de duração — se tornou um sucesso meteórico no Brasil, transformando os cinco integrantes em estrelas do rock da noite para o dia. Os meninos de Guarulhos eram conhecidos por esbanjar carisma, talento e versatilidade nos palcos.
Assim que foi lançado no mercado, o álbum caiu no gosto do público, pois apresentava uma mistura melódica bem eclética, passeando por vários gêneros: rock e heavy metal, pop, sertanejo, pagode romântico e até baião. Músicas como Pelados em Santos, Vira-Vira, 1406, Robocop Gay e Mundo Animal são alguns dos sucessos instantâneos do renomado disco, que apresentava uma boa dose de rock e humor ácido em suas letras “escrachadas” e com temas distintos (o que ajudou a conquistar um público enorme e variado). O álbum era objeto de desejo de crianças, adolescentes e adultos, que percorriam às lojas de discos da época para adquirir um daqueles — fosse em LP, CD ou K7.
O disco era um verdadeiro estouro e vendia milhares de cópias por dia, invadindo todas as rádios brasileiras da época e quebrando diversos recordes — até então nunca vistos antes no país. A banda de rock cômico havia se tornado uma atração disputada pelos grandes programas de auditório, fazendo as emissoras de TV baterem recordes de audiência. Parece mentira falar isso nos dias de hoje, mas, há 26 anos, as famílias se reuniam em frente à televisão para assistir a cinco caras fantasiados cantando músicas polêmicas (Vira-Vira e Robocop Gay) para uma plateia enlouquecida.
O álbum de estreia ganhou o título de mais vendido na história do Brasil (vendeu mais de 3 milhões de cópias só no país, recebendo uma certificação de diamante triplo, segundo a ABPD). Além disso, também carrega o recorde de mais vendido em um único dia — somando 25 mil cópias em apenas 12 horas, totalizando a marca de 350 mil cópias vendidas em uma semana. É o terceiro álbum mais vendido de todos os tempos no país para artistas nacionais, e o segundo mais vendido da década de 90.
Dessa forma, a banda se tornou uma das maiores referências do rock nacional, assim como seu respectivo álbum de estreia que é ouvido por muitas pessoas até hoje (incluindo quem não era nascido na época). Pouco menos de um ano após seu lançamento, os cinco rapazes de Guarulhos viriam a sofrer um trágico acidente de avião que daria fim ao sonho que mal havia se tornado realidade. Aos fãs, restaram apenas o saudosismo e as recordações de tempos sem volta.
Mas, cá entre nós, onde os Mamonas estariam hoje se tivessem continuado na labuta? Será que seus discos permaneceriam polêmicos e seriam bem aceitos pelo público? Fica aí o questionamento.
Arrasou, Narel! 👏👏👏👏👏