Spree | Terror satírico sobre a cultura das mídias digitais

Rolando pelo catálogo da HBO Max esses dias, acabei encontrando Spree, um found footage totalmente esquisito. Quando comecei a assistir, já pensei logo: “Que p*rra é essa?!”. E a experiência de assistir ao filme foi justamente uma “que p*rra é essa” seguida atrás da outra. Mas voltando a falar sobre o filme…

Depois de assistir, fui logo pesquisar para saber se era baseado em uma história real, afinal, essa é a impressão que o longa passa. O enredo gira em torno da desesperada busca pela fama na internet, o que leva Kurt Kunkle, com o nome de usuário “kurtsworld96”, a tomar medidas drásticas para conseguir likes, já que ele é basicamente um fracasso na internet e não consegue nem passar de dois dígitos.

Cansado de ser um total fracasso como influencer, Kurt usa o Spree (um app de viagem similar ao Uber) para fazer lives das suas corridas enquanto uma pessoa assiste. Kurt foi babá de um menino que agora é um grande influencer, e ele incentiva Kurt a ter mais momentos “wtf” para conseguir visualizações. Tentando impressionar o “projeto de subcelebridade”, Kurt torna as corridas bem perigosas e, em algum ponto, acaba perdendo o controle.

Recheado de sátiras sobre a crueldade das pessoas para viralizarem, o longa possui críticas sociais realmente relevantes, mas que não foram abordadas da melhor maneira. O filme se arrasta com muitas mortes sem sentido, algumas não tão violentas e anticlimáticas para um terror slasher.

Acho que poderia ter sido um filme mais enxuto e cheio de personagens antipáticos. A gente até meio que torce pelo vilão. A verdade é que fui pega pela premissa interessante, mas só continuei assistindo pelo Joe Keery, que absolutamente deixou o personagem com a essência perfeita. Não vejo outro ator interpretando kurtsworld96.

E aqui chegamos ao final da corrida com o Kurt, com aquele velho ditado: “Se você não pode ser famoso, seja infame”.